Obesidade se alastra em ritmo alarmante, indica estudo da OCDE

A obesidade tem se tornado um dos principais problemas de saúde nos 33 países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Segundo o estudo divulgado na quinta-feira (23/09) pela entidade, metade de todos os cidadãos nos países da organização, incluindo um terço das crianças, está com sobrepeso. Muitas vezes, o problema começa em casa. Filhos de pais obesos têm até quatro vezes mais chances de desenvolver o mesmo problema, se comparados com crianças de pais com peso normal.

Uma das razões para isso é o fato de as crianças assumirem os hábitos alimentares pouco saudáveis dos pais, comendo mal e se movimentando pouco, afirma o estudo.

No topo da lista de países com maiores índices da doença, segundo a OCDE, encontram-se os Estados Unidos e o México, onde duas em cada três pessoas estão acima do peso e uma em cada três é considerada obesa.

Só na Alemanha, 60% dos homens e 45% das mulheres estão acima do peso. O problema vai além, um em cada seis alemães apresenta obesidade doentia. Em toda a Europa, o quadro só é pior no Reino Unido, Espanha e Grécia.

Risco de morte prematura

Cada 15 quilos a mais representam um risco 30% maior de morte prematura, escreve o documento. Além disso, os quilos em excesso também são vistos como desvantagem no ambiente profissional. Os funcionários obesos recebem salários até 18% mais baixos do que os de peso normal, revela a OCDE.

Antes de 1980, o problema era pouco conhecido. Dados mostram que até 30 anos atrás, apenas 10% das pessoas eram consideradas obesas. No entanto, de lá para cá, a doença se tornou uma epidemia mundial. E a OCDE adverte: em 10 anos, mais de dois terços da população mundial poderá sofrer de excesso de peso.

As razões são muitas: aumento da oferta de produtos alimentícios, maior consumo de comidas prontas e de fast food, sedentarismo, trabalho excessivo e estresse.

A organização critica ainda os subsídios agrícolas, que baratearam os alimentos, e a política de transportes, que incentiva o uso de carros em detrimento do transporte público e do uso da bicicleta.

Iniciativas contra a obesidade

As estratégias da luta contra a obesidade precisam vir de um esforço conjunto entre política e economia, conclui o estudo. Campanhas que promovam a saúde e o bem-estar, e uma maior regulamentação estatal poderiam salvar centenas de milhares de pessoas que morrem de doenças crônicas decorrentes do sobrepeso.

Tais pacientes representam 75 mil pessoas a cada ano na Itália, 70 mil na Inglaterra e 40 mil no Canadá, por exemplo. Para evitar as mortes, seria necessário um investimento entre 10 e 30 dólares por paciente, conclui a OCDE.

A Organização Mundial da Saúde define como vítimas de sobrepeso os adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) entre 25 e 30. Pessoas com índice mais alto são tidas como obesas. Para calcular o IMC, deve-se dividir o peso corporal pela altura ao quadrado.

Fonte: ABN News, 26/09/2010

Dez coisas que você precisa saber sobre atividades físicas

A proximidade do verão e a chegada de temperaturas mais elevadas é um incentivo para quem pratica e para quem pretende começar a se exercitar em breve. Os benefícios de um corpo saudável e algumas dicas para deixar o sedentarismo estão entre os 10 pontos listados abaixo pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

A entidade lembra que o sedentarismo é uma das principais causas de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis. Confira a lista:

1) O programa Agita Mundo acredita que a prática de exercícios, de intensidade moderada, durante meia hora por dia é suficiente para que o cidadão deixe de ser sedentário. Estes trinta minutos podem ser contínuos ou divididos em três períodos de 10 minutos cada.

2) Quando se fala em exercícios, o mais importante é que você pratique alguma atividade que se adapte ao seu estilo de vida e que seja do seu agrado. Caso contrário, são muitas as chances de interrupções.

3)Pequenas modificações no hábito diário — como subir escadas, saltar do ônibus um ponto antes, passear com cachorro, varrer, cuidar do jardim, lavar o carro, etc. — podem ajudá-lo a movimentar mais e servir como um estímulo para o início de uma atividade física diária.

4) Os efeitos benéficos da atividade física ocorrem para as pessoas que se exercitam com regularidade. Aqueles com IMC entre 25 e 30 (sobrepeso), nestas condições, podem ter um risco menor de desenvolver diabetes e outras doenças metabólicas do que os sedentários.

5) De acordo com o United States Departament of Health and Human Services, é importante os adultos pratiquem duas horas de atividades anaeróbicas (musculação localizada), por semana, além dos 30 minutos de caminhada intensa por dia. Nos casos de pessoas com diabetes, hipertensão, obesidade e pessoas com problemas no metabolismo ósseo, por exemplo, é preciso ter um cuidado especial na escolha dos exercícios a praticar. Nestes casos, é imprescindível o acompanhamento de um profissional.

6) 1 minuto de atividade física intensa é compatível com 2 minutos de atividade moderada. Caminhada em ritmo acelerado, hidroginástica, passeio de bicicleta e jogo de tênis em dupla são alguns dos exemplos para atividade moderada. Já a corrida, a natação, o basquete e a corrida de bicicleta são consideradas intensas.

7) Durante a prática de um exercício físico é possível que haja uma redução na taxa de glicose da pessoa. O indicado, principalmente para pessoas com diabetes, é que carreguem consigo algum tipo de carboidrato de rápida absorção.

8) As atividades físicas melhoram a sensação de bem-estar, diminuem a ansiedade e a probabilidade de depressão, por liberarem a serotonina (hormônio conhecido como "molécula da felicidade").

9) Dentre os benefícios da prática de exercícios estão: a diminuição do apetite, a melhora do humor, a perda de gordura (emagrecimento), o enrijecimento dos músculos, a melhora da imunidade e o retardo do envelhecimento.

10) Até o ano de 2010, o objetivo do Ministério da Saúde é reduzir de 29% para 24% o percentual da população brasileira considerada sedentária. Para isso, criou a campanha "Eu sou do time que se movimenta pela saúde". Que tal aproveitar a campanha nacional e iniciar a sua atividade?

Fonte: ZeroHora, 08/09/2010

Obesidade pode causar problemas nas articulações, como artrite e artrose

Pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, aponta que quase metade da população brasileira com mais de vinte anos está acima do peso.

O sobrepeso e a obesidade causam problemas que as pessoas não costumam associar ao excesso de peso, como nas chamadas doenças das articulações. Entre as principais estão a artrite e a artrose, que atingem, principalmente, joelhos, quadril e coluna.

A gordura em excesso no organismo agride e destrói a cartilagem das juntas. Exatamente por isso o paciente obeso tem maior tendência a desenvolver esse tipo de problema.

O médico do Instituto de Traumatologia e Ortopedia, Hugo Cobra, explica que existem atividades específicas recomendadas para o tratamento das doenças nas articulações, mas dá o alerta: “Só depois de perder peso o paciente deve praticar atividades físicas sem impacto como andar de bicicleta, musculação, hidroginástica ou natação. Alongamentos também são fundamentais para o alívio das dores”, completa o especialista.

Fonte: regiaonoroeste, 08/09/2010

Missão: derrotar a balança

Como resistir ao bolo de chocolate cuja cobertura cremosa teima em escorrer pelo prato, atiçando o paladar? Ou à suculenta picanha, disposta em fatias num domingo à tarde? Sabores que temperam a vida, mas geram aborrecimentos quando aliados ao sedentarismo, por acumular gordura e prejudicar a saúde. Renunciar aos velhos hábitos é o desafio para metade dos catarinenses acima do peso ideal, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Divulgada semana passada, a pesquisa de Orçamento Familiar apontou que catarinenses de todas as faixas etárias estão engordando com o passar dos anos. E lideram o ranking dos gordinhos no país em três fases da vida: na faixa dos 10 anos, de 20 a 24 e acima de 75 anos.

Para reverter as estatísticas, especialistas em nutrição, endocrinologia e educação física indicam singelas mudanças de hábito no cotidiano, como a troca do carro pela bicicleta, o elevador pela escada e caminhadas frequentes. A presidente da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade (Abeso), Rosana Radominski, atribui ao poder aquisitivo da população e ao padrão de vida os fatores que ajudaram a elevar os índices da balança.

Repórter do Santa, Ânderson Silva pertence ao segundo grupo de risco. Aos 21 anos, pesa 117,7 quilos distribuídos em 1,79 metro. Com as medidas, o Índice de Massa Corporal (IMC), avaliação que relaciona o peso versus a altura, já corresponde a um quadro de obesidade. Ânderson terá agora um desafio a superar. Acompanhado pela nutricionista Mariana Machado, terá a meta de aliar dieta a exercícios físicos e perder um quilo por semana. O desempenho e os sacrifícios em busca de uma vida saudável serão relatados no blog Eu e a Balança, aqui.

Fonte: Jornal de Santa Catarina, 04/09/2010

Sedentarismo: jovens não se exercitam nem na hora de ir para a escola

Jovens que caminham ou vão de bicicleta para a escola são cada vez menos comuns. A atividade física no deslocamento para o colégio tem sido amplamente substituída pelo uso de ônibus, carros ou motos. É o que comprova um estudo realizado com mais de quatro mil adolescentes, com idades entre 14 e 19 anos, matriculados na rede pública estadual de Ensino Médio de Pernambuco.

A pesquisa, que envolveu 76 escolas de 44 municípios, revelou que 43% dos jovens são fisicamente inativos nos deslocamentos para o colégio – percentual elevado em comparação ao obtido em estudos desenvolvidos em outros estados, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraíba.

Publicado na revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, o trabalho é assinado por pesquisadores da Universidade de Pernambuco e da Universidade Federal da Paraíba.

Os autores classificaram como fisicamente inativos os adolescentes que não caminhavam nem pedalavam, assim como aqueles que, embora se exercitassem no trajeto para a escola, gastavam menos de 20 minutos no itinerário de ida e volta. A partir das respostas dos jovens a questionários, os pesquisadores também identificaram que a inatividade física nos deslocamentos está associada a fatores demográficos e socioeconômicos.

Em relação ao sexo, os rapazes se mostraram mais inativos do que as moças. Jovens de pele branca, alunos de escolas de pequeno porte e cujas mães têm maior escolaridade também apresentaram maior inatividade, assim como os moradores da zona rural.

— A elevada proporção de estudantes fisicamente inativos na área rural pode ser explicada pelo fato de que o acesso à escola, em muitos municípios do interior do estado, é mais limitado, em virtude da distância da residência até a escola. Além disso, essa área tem poucas escolas, tendo os alunos que se deslocarem com transportes motorizados para área urbana — , destacam os autores no artigo.

— A distância para escola tem sido identificada como uma barreira para o deslocamento ativo e é um forte preditor do modo de transporte para escola, com longas distâncias associadas à baixa prevalência de deslocamento ativo —, acrescentam.

A inatividade física no deslocamento para a escola soma-se ao crescente sedentarismo que acomete os adolescentes em todas as esferas do cotidiano. Nesse sentido, os pesquisadores apontam que o incentivo à caminhada ou ao uso da bicicleta no trajeto para o colégio pode ajudar a reverter a situação e aumentar os níveis de atividade física na população jovem.

Ainda de acordo com os autores, essa mudança de hábito, com a adoção de um deslocamento fisicamente ativo para a escola, poderia trazer importantes benefícios para a saúde dos alunos, inclusive o aumento da aptidão cardiorrespiratória, a prevenção do sobrepeso e da obesidade, e a redução do risco de problemas cardiovasculares, como o derrame.

Fonte: Agencia Fiocruz de Notícias, 24/08/2010

As vantagens de andar de bicicleta

Pedalar é um dos esportes mais comuns, tanto entre adultos como entre as crianças. E são muitos os benefícios que essa atividade traz à saúde, entre elas redução dos riscos de doenças cardiovasculares. Porém, no Brasil a atividade não é levada a sério como meio de transporte principalmente pela falta de estrutura externa.

Preocupada com os riscos que as pessoas correm trocando o carro pela bicicleta, a Utrecht University, na Holanda, pesquisou e chegou à conclusão que os benefícios que a atividade traz para a saúde ainda superam a exposição aos acidentes e à poluição do ar quando se anda de bicicleta.

Porém a pesquisa levou em consideração a região dos Países Baixos, onde o uso da bicicleta é amplamente incentivado e há estrutura para esse transporte ecológico. A conclusão dos pesquisadores foi de que os indivíduos que optam pelo transporte, ganham benefícios que representam de 3 a 14 meses a mais de vida. Em contrapartida, a inalação de gases poluentes e o risco de acidentes de trânsito representam de 5 a 40 dias perdidos, de acordo com cálculos sobre uma tabela de vida.

Cuidados ao pedalar na rua

A realidade brasileira para quem gosta de praticar o esporte nas ruas é bem diferente. O professor da Faculdade de Educação Física da Pucrs, Rafael Baptista, não recomenda a prática do esporte em lugares onde é necessário dividir espaço com os carros.

— Aqui nós não temos a cultura de usar a bicicleta como meio de transporte, os motoristas geralmente não respeitam os ciclistas. O ideal é praticar em parques ou em locais como o calçadão da Avenida Beira Rio, onde é mais seguro.

O uso das bicicletas estacionárias, nas academias, é uma opção principalmente para idosos ou para quem sofre de algum tipo de limitação, pois possuem apoio para as costas e bancos geralmente mais confortáveis do que os das bicicletas de passeio.

Saúde no pedal

Além de ajudar a evitar problemas cardiovasculares, o professor explica que pedalar também ajuda a controlar do peso corporal e a desenvolver a aptidão cardiorrespiratória. A musculatura das pernas, que é bastante exigida, também é melhorada com a prática.

A bicicleta é bastante indicada para a maioria das pessoas. Nas academias é muito comum que as pessoas que não se adaptam ou tenham contra-indicação para fazer esteira sejam orientadas a pedalar.

O professor alerta que pessoas que estejam buscando um esporte para começar agora, procure antes um médico para fazer uma avaliação. Depois disso, é importante a oriental um profissional de educação física para orientar os exercícios.

- O tempo e a frequencia semanal de prática de qualquer exercício físico depende de uma série de variáveis e só podem ser adequadamente identificados por um professor de educação física, pois dependem de indivíduo para indivíduo. Qualquer generalização neste campo será um mero "chute".

Também recomenda-se o uso de roupas adequadas para a prática esportiva, cuidados com a hidratação e não se exercitar em jejum. O uso do capacete e protetor solar no caso de exercitar-se durante o dia em lugares externos é essencial.

Fonte: Portal Ethika Saúde, 04/08/2010

Mais de 70 milhões de adultos nos EUA são obesos

Mais de 72 milhões de adultos nos Estados Unidos, ou 26,7 por cento do total, são obesos, o que representa um aumento de 1 ponto porcentual em dois anos, informou o governo norte-americano nesta terça-feira.

A obesidade se tornou uma "grande ameaça à saúde pública" e está piorando de modo constante, informou o Centro dos Estados Unidos para Prevenção e Controle das Doenças (CDC, na sigla em inglês).

"Precisamos de esforços intensivos e permanentes para combater a obesidade", disse o diretor do CDC, dr. Thomas Frieden, em um comunicado.

"Se não fizermos isso, mais pessoas ficarão doentes e morrerão de doenças relacionadas à obesidade, como ataque cardíaco, derrame, diabetes do tipo 2 e certos tipos de câncer, que são algumas das principais causas de morte.

O CDC examinou dados do sistema de investigação de fatores de risco comportamentais, que analisa 400 mil pessoas e pesquisa altura e peso, entre outros itens.

Numa análise da situação nos Estados norte-americanos, o CDC descobriu que 30 por cento dos adultos em nove Estados estão agora obesos. "Em 2000, nenhum Estado tinha prevalência de obesidade em 30 por cento ou mais dos adultos", disse Frieden a repórteres, em um contato telefônico.

Altura e peso são agora usados para calcular o índice de massa corporal, o meio aceito pela medicina para medir a obesidade.

Um índice de 25 ou mais significa que a pessoa está acima do peso. A obesidade começa com 30. Por exemplo, uma pessoa de 1m80 de altura que pese 95 quilos.

O estudo constatou que em 2009 havia 2,4 milhões de pessoas obesas a mais do que em 2007, uma aumento de 1,1 ponto porcentual. E o CDC afirmou que esse número quase certamente está subestimado, já que as pessoas costumam dizer que são mais altas e têm peso menor do que o verdadeiro.

"Estimativas recentes indicam que a obesidade custa ao país anualmente cerca de 147 bilhões de dólares. Em média, pessoas obesas têm custos médicos 1.429 dólares mais elevados do que as de peso normal", diz o relatório.

NEGROS SÃO MAIS AFETADOS

A probabilidade de se tornar obeso é maior entre os negros: 36,8 por cento dos adultos negros dos EUA têm um índice de 30 ou mais. Entre as mulheres negras, o índice é de mais de 41 por cento.

Mais de 30 por cento dos adultos hispânicos estão obesos.

Como em pesquisas anteriores, o Estado do Mississippi tem a população mais obesa e o Colorado, o menor número.

"Se você vai para Denver e arredores de Denver, há pistas para bicicletas, pistas de caminhada, e elas são usadas intensamente, o que indica que o Colorado tem uma cultura que inclui mais atividade física do que outros Estados", disse o dr. William Dietz.

O governo federal e os de alguns Estados estão estudando adotar leis que ajudem as pessoas a se exercitarem e comerem alimentos saudáveis.

Nova York e Califórnia estão avaliando taxar refrigerantes para compensar o custo de tratar doenças relacionadas à obesidade. O presidente Barack Obama fez da redução da obesidade uma prioridade de seu governo, indicando sua mulher, Michelle, e secretários do gabinete para ações, em especial contra a obesidade infantil.

Fonte: O Globo, 03/08/2010

Caminhar devagar não ajuda no controle de peso, diz Harvard

Andar de bicicleta pode ajudar as mulheres na faixa dos 30 e 40 anos a controlar seu peso, de acordo com um novo estudo. Caminhar rápido tem o mesmo efeito para mulheres magras, acima do peso e obesas, descobriram os pesquisadores, mas caminhar devagar, não.

As descobertas se baseiam no segundo Estudo de Saúde das Enfermeiras, de Harvard, que monitora 116.608 enfermeiras que periodicamente preenchem questionários sobre saúde, peso, dieta e comportamento. A nova análise, publicada na edição de 28 de junho do Archives of Internal Medicin, observou mudança de peso e conhecimento de 1989 (quando as enfermeiras tinham entre 25 e 42 anos) a 2005; para isolar os efeitos do exercício, os pesquisadores controlaram outros fatores de risco de obesidade.

Eles descobriram que as mulheres que aumentaram atividades físicas como caminhada rápida e andar de bicicleta em 30 minutos por dia durante o período de 16 anos mantiveram seu peso e até perderam alguns quilos, mas aquelas cujo exercício era caminhada lenta não perderam nenhum peso.

Fonte: Correio Press, 12/07/2010

O sedentarismo é gentil

Você sabe onde ficam as escadas do prédio do seu médico? Não me refiro às rolantes. Nos edifícios mais modernos, é comum que os degraus que a gente sobe erguendo os joelhos fiquem atrás de uma porta corta-fogo, às vezes perto de um banheiro, sinalizada como saída de emergência. Dá pra interpretar assim: só suba essas escadas em caso de emergência. Em situações normais, vá de escada rolante ou elevador.

Parece que, nesses lugares, a regra é se mexer pouco. Você entra no estacionamento de carro, e quem estaciona é o manobrista. Sobe de elevador, senta-se na sala de espera, depois senta-se na cadeira do consultório. No caminho de volta, mais comodidade. Se você quiser ficar de pé na sala de espera ou diante do médico sentado atrás da escrivaninha, é claro que irão achar esquisito e vão desconfiar que você não é boa pessoa. Recusar cadeira é falta de respeito. Ou não?

Só sei que me sinto um pouco rebelde quando vou para a terapia de bicicleta. Pra começar, burlo a regra do trânsito quando ando pela calçada e na contramão pra evitar meu atropelamento. Ao entrar no estacionamento de carros, tenho de escolher se passo pela beirada da cancela diante do olhar feio do moço que controla a entrada de motoristas ou se invado a passagem destinada aos pedestres, sob o mesmo olhar feio do mesmo moço.

Depois de trancar a bicicleta no estacionamento de motos, venho caminhando por entre os carros até as cancelas. (Ali dentro, mesmo como pedestre me sinto invadindo uma área que não foi feita para mim, mas para os carros.) Depois das cancelas, existe um caminhozinho que leva até os elevadores (com uma tímida porta corta-fogo ao lado), com faixa de pedestres e tudo. Mas mais uma vez burlo a regra e desvio pela saída dos carros até a calçada, para então subir a curta escadaria da fachada do prédio e adentrar a recepção. E, na recepção, sou a única descabelada vestida com trajes esportivos. Ainda bem que deixo o capacete no alforje da bicicleta, senão ele seria mais uma ousadia no ambiente.

A oportunidade de ficar paradinho sem se mexer é oferecida a você, cliente, como uma gentileza, um cuidado com seu bem-estar. Você não precisa nem esterçar o volante; nós estacionamos para você. Sente-se por favor e aceite um café. É só aguardar. E desde quando ficar sentado numa cadeira assistindo ao programa da loira na TV é cuidado com o seu bem-estar?

Admito que a ideia que me ocorreu outro dia é um tanto absurda. Nenhum consultório médico acharia razoável colocar esteiras ergométricas na sala de espera nem disponibilizar cordas para pular no quintal enquanto a fila anda. Até porque as pessoas chegariam suadas demais à consulta. Mas não me parece tão absurdo subverter algumas convenções em nome de um metabolismo um pouco mais ágil.

Um exemplo é falar com o gerente do banco de pé. Ele pode ficar sentado se quiser, mexendo no computador enquanto fala com você, mas você pode muito bem falar com ele sem sentar. Afinal, você já ficou sentado na ala de espera e está descansado. Eu fiz isso nas últimas idas ao banco, e o gerente estranhou, mas e daí? Acho até que o atendimento termina mais rápido desse jeito, o que é uma baita contribuição para o próximo da fila.

Eu andei lendo que ficar de pé é um jeito de gastar mais energia sem fazer exercício. Existem até umas pessoas muito subversivas nos Estados Unidos mandando fazer escrivaninhas mais altas para trabalhar de pé. E outras pessoas ainda mais ousadas deram um jeito de colocar a escrivaninha numa esteira. Bem, eu não arriscaria passar o dia todo de pé e aumentar minha chance de ter varizes. Há criatividade para tudo nesse mundo, e não acredito que a moda vá chegar aqui. Mas uma alternativa bastante interessante para a rotina sedentária nos escritórios é fazer reuniões a pé. Caminhando. Talvez isso seja inviável para grupos de mais de quatro pessoas, mas acredito que funcione bem para reuniões curtas de duas ou três pessoas. O fluxo de ideias deve ser diferente quando caminhamos.

Já experimentou paquerar caminhando? E pedalando? Acho mais interessante do que numa mesa de bar. É outra emoção. Você se refresca com a paisagem, vê coisas inesperadas pelo caminho e quem sabe inventa umas aventuras de última hora. As oportunidades de aproximação ficam bem menos óbvias, porque você está em movimento, e a outra pessoa também. Cada um no seu ritmo, ou no mesmo, se houver sintonia. Mas você tem de estar desencanado de usar roupas muito refinadas. Tem de estar confortável.

Aliás, certas roupas também nos induzem a ficar parados. Não gosto de peças muito estruturadas, com tecidos duros, que me prendam os movimentos. Dificulta até sentar direito. Acho curioso quem bota jeans e salto alto até no final de semana, pra fazer compras. Vai andar rápido e desviar da multidão como? Só no shopping mesmo. Pra fazer compras no centro tem de ser de tênis no pé.

Uma rotina ativa é coisa de gente que não se rende a todas as comodidades. Subir de escada, sair da frente da TV, ir a pé ou de bicicleta, isso tudo são maneiras de se movimentar mais e gastar um pouco mais de energia. Isso a gente sabe. A questão é como fazer isso num contexto em que o esperado é estar sempre "bem vestido", perfumado, penteado e seguindo o fluxo, e quem menos transpira tem mais status. Eu não tenho a resposta. Quer oferecer a sua?

Fonte: Epoca, 24/06/2010

O TRABALHO E A SAÚDE DO TRABALHADOR

Desde a Grécia antiga aos dias atuais o trabalho apresenta duas visões distintas, de um lado a ação sublime associada à emancipação e criatividade do homem, e que hoje é encarada como realização pessoal e social; e de outro lado a visão pejorativa atrelada a luta pela sobrevivência, a manutenção da vida desde a infância ao envelhecimento, vinculada a subempregos e até mesmo a falta deste (POCHMANN, 2006). Ao tentar reconstituir a evolução histórica da palavra trabalho, constata-se a existência de entendimentos distintos quanto a sua origem, mas encontra-se como denominador comum a conclusão de que ela está relacionada com a idéia de castigo, pena, tarefa penosa, fadiga e esforço, sendo ainda nos dias de hoje o trabalho caracterizado pela noção de esforço penoso. Além da noção de esforço, o trabalho tem ainda o caráter de obrigação, e encontra-se contextualizado por sua finalidade econômica (ALMEIDA, 2002).

A origem etimológica da palavra “trabalho” vem do radical romano labor, que é equivalente a palavra ponos, ou seja, pena. No Império Romano as pessoas que precisavam trabalhar para se sustentarem, consideravam a sua prestação de serviços como uma pena imposta a eles em favor de seus senhores. Já na França, a palavra travail (trabalho) teve origem em tripaliare que significa pena, tortura, ou fazer sofrer. Esta última, por sua vez é uma derivação de tripalium mais precisamente um instrumento de tortura com três paus, ou pontas de ferro, uma espécie de tridente como o associado ao deus Netuno e gravuras do diabo. A palavra travail designa também um tipo de dispositivo feito de várias traves as quais se prendiam os cavalos ou bois para serem ferrados (ALBORNOZ, 1997).

O trabalho, sem trair sua gênese histórica e social, mantém-se não só transformando a natureza, mas também, através das relações decorrentes do modo de produção dominante, a construir os sujeitos. As relações de trabalho, em se caminhar histórico, dissociou-se do sujeito que se transformou em força de trabalho e tornou-se resultado do sistema econômico alicerçado nas relações de dominação e exploração sendo atualmente concebidos como exercício da atividade humana, quaisquer que sejam a esfera e a forma sob as quais essa atividade seja exercida (ALMEIDA, 2002; KRAWULSKI, 1991).

Com as alterações conceituais sobre natureza e organização do trabalho, ditadas pela Revolução Industrial, ocorreram as mais profundas transformações de que se têm registro em toda a história do trabalho, sendo este atualmente configurado como atividade desenvolvida predominantemente de forma institucionalizada, mediante pagamento de salários e voltada à produtividade e obtenção de lucros, sob os auspícios da economia de mercado (DIMATOS, 1999).

Tais transformações ocorridas no mundo do trabalho ampliaram as discussões acerca do tempo, do corpo e do lazer e como estas se condicionaram a atual organização laboral. Para Dejours (1992), essa nova realidade gera elementos de insatisfação, medo, receio, angústia, dor, sofrimento, infelicidade e precarização das condições de trabalho; enquanto componentes das imposições na organização, quando este impõe rigidez de horários, de ritmo, de formação, de informação, de aprendizagem, de nível de instrução e de diploma, de experiência, de rapidez de aquisição de conhecimentos teóricos e práticos, de adaptação da cultura ou à ideologia da empresa.

Dentro dessa nova conjuntura, vinculada a implantação do sistema taylorista e ao sistema capitalista, encontra-se um trabalho que transformou o tempo em mercadoria e o lazer ("tempo de folga", "tempo livre" que se opõe ao tempo do trabalho) em um problema, pois de forma científica, o tempo passou a ser controlado e organizado em função do trabalho. Essa nova organização científica do trabalho tornou-se alvo de algumas discussões na saúde mental (MASLACH; LEITER, 1999; CODO, 1994; DEJOURS, 1992) e física do trabalhador (BASTOS JUNIOR et al, 2008; BARROS; SANTOS, 2002; MASLASH; LEITER, 1999).

Estas mudanças ocorridas nos perfis dos agentes econômicos e dos recursos humanos, resultado de exigências socioeconômicas, fizeram com que novas qualificações profissionais fossem demandadas obrigando os trabalhadores a acompanhar o ritmo frenético do processo de produção. Em muitas situações, essas novas qualificações implicaram a necessidade de uma formação mais ampla por parte dos homens. Todavia, na discussão sobre os avanços tecnológicos no trabalho, uma das hipóteses admitidas, e que de fato pode ser verificada em determinados setores produtivos, refere-se à desqualificação do trabalho provocada pela automação (ALVES; MANCEBO, 2005).

Na atual conjuntura socioeconômica percebe-se que uma série de mudanças ocorreram nos hábitos da população dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, ocasionando modificações na qualidade de vida das pessoas. Estudos apontam que o processo de urbanização estimulou a ocorrência de atitudes comportamentais, seja pelo avanço tecnológico, o qual proporcionou uma redução do gasto calórico para a realização do trabalho; quer seja pela falta de espaço físico adequado para as práticas de lazer, hoje substituído pelos jogos eletrônicos. Em um estudo realizado por Mellerowicz; Franz (1981) apud Glaner (2003) observa-se que o desenvolvimento industrial promoveu redução da atividade laboral em termos de quantidade e intensidade, apontando que, há 100 anos, a energia necessária para a realização do trabalho, operacionalizado pelo homem, era de 90% de sua capacidade muscular, sendo necessária na atualidade uma capacidade de apenas 1% (GLANER, 2003).

A mecanização do trabalho possibilitou aumento da inatividade física, tornando os trabalhadores mais propensos às doenças hipocinéticas, tais como os diabetes, hipertensão, obesidade, agravos cardiocirculatórios, entre outros. Aqueles envolvidos com atividade manual se predispõem a sofrerem agravos por movimentos repetitivos ou lesões agudas e, aqueles envolvidos com serviços os quais sofrem exposições ambientais, tais como poeiras, produtos tóxicos, ruídos, vibração, calor e frio excessivos, radiações, microrganismos, tensão, monotonia, etc., se predispõem a riscos físicos e psíquicos como perda de audição, queimaduras, estresse (MONTERO et al, 1998).

O constructo qualidade de vida passou a ser entendido, particularmente na década de 1960, como qualidade de vida subjetiva ou qualidade de vida percebida pelas pessoas, em grande parte influenciada pela Organização Mundial da Saúde, que ampliou o conceito de saúde para além da significação do crescimento econômico, buscando envolver os diversos aspectos do desenvolvimento social, atrelados ao bem-estar físico, mental e social (CAMPOLENA, 2006; NAHAS, 2006). Por outro lado, a satisfação no trabalho é um fator de produção tão importante quanto qualquer outro; quanto maior a adaptação e a auto-satisfação, maior a qualidade do serviço prestado (SILVA; PINHEIRO, 2005).

Considerando a Bioética e partindo do conceito de autonomia, entende-se que qualidade de vida é algo intrínseco, só possível de ser avaliado pelo próprio sujeito. E, mesmo que não haja um consenso a respeito da idéia de qualidade de vida, três aspectos fundamentais referentes ao construto de diferentes culturas devem ser respeitados: (1) subjetividade; (2) multidimensionalidade; (3) presença de dimensões positivas e negativas. Neste sentido, o conceito pode variar de pessoa para pessoa e tende a mudar ao longo da vida de cada um, pois nota-se que existe concordância, apenas, em torno da idéia de que são múltiplos os fatores que determinam à qualidade de vida de pessoas ou comunidades (NAHAS, 2001; FLECK, 1999; SEGRE; FERRAZ, 1997).

Podem-se identificar vários fatores que influenciam a qualidade de vida de um indivíduo, incluindo-se aspectos mais objetivos como condição de saúde, salário, moradia e aspectos mais subjetivos como humor, auto-estima, auto-imagem. Entretanto, independente do enfoque global ou específico os fatores sócio-ambientais e, mais especificamente, o contexto onde se estabelecem as relações da vida social e familiar, as vivências da realidade do trabalho, parece ter impacto significativo na qualidade de vida das pessoas (NAHAS, 2006; BARROS;SANTOS, 2000).

Ao procurar conceituar Qualidade, Sharkey (1998) observou que: [...] “sua definição inclui um grau de excelência; um atributo discriminante, enfatizando que a palavra qualidade é necessariamente uma resposta subjetiva e pessoal, não absoluta”.

Segundo Fleck, (1999):

“A expressão qualidade de vida foi empregada pela primeira vez pelo presidente dos Estados Unidos, Lyndon Johnson, em 1964, ao declarar que “os objetivos não podem ser medidos através do balanço dos bancos. Eles só podem ser medidos através da qualidade de vida que proporcionam às pessoas”. O interesse em conceitos como “padrão de vida” e “qualidade de vida” foi inicialmente partilhado por cientistas sociais, filósofos e políticos. O crescente desenvolvimento tecnológico da Medicina e ciências afins trouxe como uma conseqüência negativa a sua progressiva desumanização. Assim, a preocupação com o conceito de “qualidade de vida” refere-se a um movimento dentro das ciências humanas e biológicas no sentido de valorizar parâmetros mais amplos que o controle de sintomas, a diminuição da mortalidade ou o aumento da expectativa de vida” (FLECK, 1999, p134).

Tendo em vista o enfoque global, seu entendimento aplica-se ao indivíduo aparentemente saudável e diz respeito ao seu grau de satisfação com a vida nos múltiplos aspectos que a integram, sendo definida pelo Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL) como a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (FLECK et al., 2000). Assumpção Jr. (2000) considera a qualidade de vida como “[...] um termo que representa uma tentativa de nomear algumas características da experiência humana, sendo fator central que determina a sensação subjetiva de bem-estar”. Enquanto Nahas (2006) classifica-a como a condição humana resultante de um conjunto de parâmetros individuais e sócio-ambientais, modificáveis ou não, que caracterizam as condições em que vive o ser humano.

Segres; Ferraz (1997) consideram que [...] não existem rótulos de boa ou má qualidade de vida, sendo necessários indicadores que permitam a saúde pública elaborar suas políticas de intervenção. Por isso, o termo qualidade de vida, também, pode ser associado ao limite de desenvolvimento econômico, medido por indicadores tradicionais, como nível de renda, nível de emprego e de consumo e bens de serviço, tais como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Organização das Nações Unidas (ONU), o qual reúne dados demográficos de mais de 170 países para comparar o padrão de vida entre nações ou regiões, através dos critérios: a) Escolaridade, b) Longevidade e c) Renda familiar per capita média. Neste prisma, qualidade de vida pode ser considerada tanto na perspectiva individual quanto social, sendo que, geralmente, os indicadores estatísticos citados acima caracterizam seu grau ou desenvolvimento humano existente (NAHAS, 2006; GUEDES, 1995).

A melhoria das condições de vida e da saúde de trabalhadores tem sido um tema de crescente importância no setor ocupacional já que impacta direta ou indiretamente a produtividade e a saúde das pessoas. Dessa forma, a qualidade de vida no trabalho é uma terminologia que tem sido muito usada, mas incorpora uma imprecisão conceitual. Sua origem pode ser encontrada no período pós-guerra, mas sua trajetória passa por vários enfoques. De acordo com Lacaz (2000) acredita-se que parte da crença que a qualidade de vida surgiu da reação individual do trabalhador as experiências de trabalho na década de 1960; ou que foram os aspectos de melhoria das condições e ambientes de trabalho, visando maior satisfação e produtividade na década de 1970, que levaram a expansão do tema.

Percebe-se que a qualidade de vida do trabalhador dialoga com noções como motivação, satisfação, saúde-segurança no trabalho, envolvendo discussões mais recentes sobre novas formas de organização do trabalho na perspectiva das novas tecnologias, na esperança de promover um envolvimento e motivação do ambiente de trabalho, propiciando assim um incremento da produtividade. Procura-se com a qualidade de vida no trabalho fazer com que a satisfação das necessidades individuais passe a ser alcançada no próprio ambiente de trabalho (GONÇALVES; VILARTA, 2004; LACAZ, 2000).

O trabalho é compreendido como toda transformação da natureza para beneficio do homem, além de necessário para a manutenção da vida humana, sendo um importante fator para definição das condições de saúde de cada individuo. Por isso, a análise e compreensão do ambiente de trabalho, é decisiva para a qualidade de vida do homem (Mafra et al., 2005). Assim, a idéia de qualidade de vida no trabalho procura amalgamar interesses diversos e contraditórios, presentes nos ambientes e condições de trabalho, em empresas públicas ou privadas. Interesses estes que não se resumem aos do capital e do trabalho, mas também aos relativos ao mundo subjetivo, aos valores, crenças, ideologias e aos interesses econômicos e políticos (LACAZ, 2000).

Fonte: Blog de Rosa Luciana, 24/05/2010

Como aumentar o bem estar das pessoas nas grandes cidades?

Nos dias atuais, as pessoas vivem cada vez mais apressadas, mais estressadas, são muito mais produtivas (produzem muito mais em menos tempo), possuem muito menos tempo livre e aproveitam muito menos a vida. Existem sempre dificuldades em conciliar o trabalho com tempo de descanso, quando pode passear com a família, rever amigos e realizar outros tipos de atividades que proporcionem alegrias e diversão, sem a formalidade e nem as responsabilidades que um trabalho proporciona, por legal que seja o trabalho. Na verdade, sobra muito menos tempo no final do dia, da semana, do mês, etc. para o lazer das pessoas. Por que mesmo as pessoas permanecendo menos tempo no trabalho têm menos tempo de lazer? Quais são as causas principais de tanto desperdício de tempo? O que as políticas públicas devem fazer para que as pessoas tenham melhor aproveitamento do tempo?

Em todas as grandes e médias cidades do Brasil, as pessoas convivem com o trânsito caótico que lhes roubam um tempo precioso em seus deslocamentos realizados nessas cidades, principalmente em horário de pico. Nas grandes cidades a situação é extremamente grave a ponto de ficar insuportável. Existem vários trechos em muitas cidades que se percorrem quatro ou cinco quilômetros em quase uma hora ou até mais que isso. As empresas aumentaram significativamente o nível de produtividade do trabalho, o tempo de trabalho diminuiu bastante nos último trinta ou quarenta anos, passando de 50 horas semanais para as atuais quarenta horas praticadas pela maior parte das empresas. Entretanto, o período de deslocamento que a maioria das pessoas leva para ir de suas residências até o local de trabalho aumentou muito mais. Se o tempo médio de trabalho diminuiu 20%, o tempo de deslocamento da residência para o trabalho e vice-versa aumentou em 100%.

O poder público pode e deve fazer algo para que isso seja amenizado e para que não ocorra em outras cidades que estejam em processo de crescimento e que fatalmente, se nada for feito, ficará em situação crítica no médio prazo. O grande problema é que muito políticos falam que vão fazer, mas, na prática não fazem quase nada e o que fazem servem apenas de paliativos que com um certo tempo depois a situação fica do mesmo jeito ou até pior do que era antes. A primeira coisa a fazer é levar empresas para onde as pessoas moram. Por exemplo, na cidade de São Paulo é preciso que se leve desenvolvimento e muitas empresas para a Zona Leste, onde moram muitas pessoas. Com muitas empresas instaladas nessa região e em outras com grande contingente de pessoas morando e determinado que essas empresas devem contratar pessoas que vivam nessas regiões, então, diminuiriam razoavelmente a magnitude do trânsito terrível que existem nessas cidades.

As políticas públicas devem ter como objetivo principal aumentar o bem estar e a satisfação geral das pessoas. Planejar onde as pessoas devem morar e determinar onde as empresas devem investir também é uma obrigação do Estado. Isso deve ser feito tendo em conta que o local onde as pessoas moram sejam muito próximo onde as empresas devem investir. Evidentemente, isso requer que sejam construídas excelentes Universidades, hospitais, acesso por rodovias excelentes para escoar produção, no caso de indústria, e outras ações complementares que levem à quase auto suficiência dessas regiões levando à não necessidade das pessoas se deslocarem com freqüência para outras regiões de cada cidade. Concomitantemente com isso devem ser dada prioridade a transporte coletivo que seja eficiente, barato e rápido. Ao fazer isso, as pessoas terão muito menos tempo gasto no trajeto da residência para o trabalho ou estudo, ganhando muitas horas em cada semana. Isso significa qualidade de vida.

Fonte: Blog de Francisco Castro, 19/05/2010

Bem-estar está relacionado com tecnologia

O bem-estar muitas vezes já esteve ligado a uma boa saúde, a um ambiente agradável ou mesmo a uma alimentação saudável. Porém, um estudo recente mostra que independente da idade, há uma relação muito forte entre a tecnologia e a sensação de bem-estar.


A pesquisa britânica analisou resultados de 35 mil pessoas em todo o mundo e obteve como resposta que o acesso a dispositivos de comunicação é o que mais produz respostas positivas. Inclusive, quem apresentou estar mais familiarizado com a tecnologia – cita-se aqui as mulheres em países em desenvolvimento e pessoas de baixa renda ou mesmo aqueles que demonstram sensações mais positivas com o acesso à tecnologia.

“A tecnologia transforma até mesmo a maneira de nos sentirmos. Isso, sem dúvida, é muito interessante, uma vez em que as novas tecnologias são envolventes, basta acessarmos alguns portais de entretenimento”, explica o tutor do Portal Educação, Renato de Brito Nicodemos.

Hoje, um computador em casa não é mais luxo e sim sinônimo de boa educação. No entanto, há ainda quem vai mais longe, como a classe média emergente da Índia, a qual acredita que o computador pessoal é sinal de prosperidade.

Fonte: Portal Educacao, 19/05/2010

Wii não deve ser única alternativa de exercício físico, diz cardiologista

A campanha contra a obesidade infantil nos Estados Unidos chegou ao mundo dos games. O Nintendo Wii (video game com jogos que simulam esportes) ganhou o selo Heart Check, da Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês), normalmente usado em embalagens de comidas consideradas saudáveis. A empresa japonesa ainda anunciou a doação de US$ 1,5 milhão à associação.

De acordo com a AHA, a aliança é uma resposta ao sedentarismo e à obesidade infantil nos EUA, cujas crianças passam tempo demais em frente à televisão e jogando videogame.

Nintendo e associação dos EUA se unem contra obesidade e doenças cardíacas
Michelle Obama apresenta programa contra obesidade infantil
Jogar Wii em excesso aumenta risco de lesão

Ao contrário de outros jogos eletrônicos, em que só é necessária a habilidade com os dedos, o Wii faz com que o jogador mexa todo o corpo e muitos jogos são baseados em competições de esportes, como tênis, golfe e boxe.

Mas, apesar da iniciativa, o jogo não ajuda a combater o sedentarismo da mesma forma que exercícios formais. A cardiologista do Centro de Reabilitação do Hospital Israelita Albert Einstein, Luciana de Matos, afirmou que o Wii pode ser mais uma opção para praticar exercícios, mas não deve ser a única alternativa.

"Tenho medo dessas coisas que saem. Mantenho a posição de que o exercício físico é o que sabemos comprovadamente que é bom para o coração. O Wii é só uma opção, principalmente para quem tem limitações de sair de casa", explicou a médica.

Matos ainda ressaltou que é preciso ter cuidado com os movimentos repetitivos do video game e que quem pratica deve saber como controlar o exercício, se existe uma intensidade boa para o coração e qual jogo é o mais indicado.

Além disso, a cardiologista também contou que não existe um estudo que comprove que o video game possa ser uma alternativa de exercício físico, como a caminhada, por exemplo. "O exercício é diferente do vício, ficar três horas na frente da TV, por exemplo, não é saudável."

Já o presidente da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), Ari Timerman, avaliou como interessante a aliança entre a AHA e a Nintendo. "Isso é maravilhoso, o jogo é educativo e estimula a prática de exercícios. É uma forma de se movimentar sem precisar de companhia ou sair de casa."

Para Timerman, pequenos exercícios como caminhar, andar de bicicleta e descer um ponto de ônibus antes são alternativas válidas. "Como a criançada adora o universo eletrônico, une o útil ao agradável. Se você pedir para uma criança dar uma volta no quarteirão, ela não vai. Mas se você pedir pra ela jogar vídeo game, ela joga."

Fonte: Folha online, 18/05/2010

Menos de 20% dos brasileiros consomem frutas e hortaliças e praticam exercícios

18,9% da população optam por cinco ou mais porções diárias desses alimentos e apenas 14,7% são ativas no tempo livre. Preocupa a proporção de pessoas que consumem de refrigerantes, produtos gordurosos e o sedentarismo no país.

As frutas e hortaliças estão presentes no prato de 30,4% dos brasileiros cinco ou mais vezes na semana e 18,9% consomem cinco porções diárias - o equivalente as 400 gramas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde. No entanto, o Ministério da Saúde alerta para o aumento no consumo de alimentos com alto teor de açúcar e gordura e do número de sedentários no país, segundo estudo inédito sobre o pefil da alimentação do brasileiro e o hábito de fazer exercício.

Os dados integram levantamento realizado todo ano pelo Ministério da Saúde, o Vigitel. Foram entrevistadas 54.367 entre os dias 12 de janeiro e 22 de dezembro de 2009. A pesquisa foi apresentada durante a comemoração do Dia Mundial de Saúde nesta quarta-feira, 7 de abril, na sede da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), em Brasília.

O ministro José Gomes Temporão participou da cerimônia e fez um alerta sobre os riscos da mudança no estilo de vida da população. “A alimentação adequada e a prática regular de exercício ajudam a prevenir doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão e câncer. O Ministério tem estimulado hábitos saudáveis, espaços de convivência e para esportes nas cidades brasileiras, com repasse de verbas, e com ações de promoção da saúde nas equipes de saúde da família e por meio do Programa Saúde na Escola”, destaca.

HÁBITO ALIMENTAR - De acordo com uma das responsáveis pela pesquisa, Deborah Malta, os dados demonstram o impacto das mudanças no padrão alimentar do brasileiro - que acompanha tendência mundial de maior consumo de alimentos gordurosos - e, ao mesmo tempo, a preocupação de uma parcela da população em reverter esse quadro. “Tem reduzido o percentual de pessoas que almoçam em casa ou preparam sua refeição, e assim as pessoas acabam optando por alimentos mais práticos e, geralmente, mais gordurosos, como os pré-cozidos, enlatados ou mesmo os fast-foods”, afirmou Deborah, que também é coordenadora-geral de Doenças e Agravos Não-transmissíveis do Ministério da Saúde. Segundo ela, a maior busca por frutas e hortaliças é o resultado de um processo de conscientização e das políticas de incentivo a hábitos saudáveis. “O desafio é ampliar o acesso a essas iniciativas”, destaca.

Outro ponto da pesquisa em relação ao no hábito alimentar do brasileiro é proporção de 33% que se alimenta de carnes vermelhas gordurosas ou pele de frango. Torna-se importante a conscientização, tanto em relação ao consumo de vegetais quanto à escolha de carnes mais leves, o que tem sido objeto de ações educativas da política de alimentação do Ministério da Saúde.

REFRIGERANTES
- Contudo, os dados demonstram também que refrigerantes e sucos artificiais (aqueles em pó dissolvidos em água) participam ativamente da dieta do brasileiro. Ao todo, 76% dos adultos bebem esses produtos pelo menos uma vez na semana e 27,9%, cinco vezes ou mais na semana. O consumo regular, quase todo dia, aumentou 13,4% em um ano. Em 2008, 24,6% da população bebia refrigerantes cinco ou mais vezes na semana.


Entre os mais jovens, de 18 a 24 anos, o índice é ainda maior, 42,1% bebem refrigerantes quase todos os dias. Além disso, as versões light ou diet do produto não são tão requisitadas. Só 15% da população adulta optam por eles. O leite com teor integral de gordura também é o preferido: 58,4% da população consomem esse produto cinco ou mais vezes na semana. Um aumento de quase 2% em três anos. Em 2006, 57,4% da população preferiam os integrais ao invés de desnatados ou semi-desnatados.


Já o consumo de feijão, tão comum na culinária brasileira, está caindo. Esse alimento, que é rico em fibra e ferro, em 2009, fez parte do cardápio de 65,8% dos adultos cinco ou mais vezes na semana. Em 2006, o índice era 71,9%, o que representa uma queda de 8,4% em três anos. “O feijão requer tempo de preparado e pressupõe uma comida caseira. Com a mudança no estilo de vida da população, ele está saindo da rotina do brasileiro”, afirma Deborah Malta. Segundo ela, para reverter o quadro, é preciso ampliar as políticas de promoção da saúde, além de esforços de outros setores do governo, como educação, agricultura e comércio.


SEDENTARISMO
- As ações também devem estar integradas ao incentivo e orientação para a prática regular de exercícios físicos. “Hoje observamos um predomínio de alimentos com alto teor de gordura e açúcar na dieta do brasileirão, e isso não é compensado com aumento de atividades físicas, apenas 14,7% praticam atividade física na forma recomendada", alerta Deborah Malta.


Os dados da pesquisa confirmam essa realidade. Apenas 14,7% dos adultos fazem atividades físicas no tempo livre com a regularidade necessária - 30 minutos diários, cinco vezes por semana. Considerando aqueles que se deslocam para o trabalho ou para escola a pé ou de bicicleta, o índice sobe para 30,8%. O estudo demonstra ainda aumento do número de sedentários no país, que hoje representam 16,4% da população, ou seja, pessoas que não fazem nenhuma atividade física no tempo livre, no deslocamento, na limpeza da casa ou outros trabalhos pesados.


Nos períodos de descanso, é a televisão que distrai o brasileiro. A pesquisa mostrou que 25,8% dos adultos passam três ou mais horas em frente à TV e isso acontece cinco vezes ou mais na semana. “Isso demonstra que as pessoas optam cada vez mais por um lazer passivo ao invés de praticar esportes ou outras atividades físicas”, afirma Deborah Malta.


Para a melhoria da qualidade de vida da população, o governo federal instituiu, em 2006, a Política Nacional de Promoção da Saúde. Desde então, estados e municípios recebem incentivos financeiros para ações de estimulo à prática de exercícios físicos, alimentação saudável e construção de espaços de convivência e lazer.

Fonte: Ministerio da Saúde, 07/04/2010

Praticar exercícios durante a gravidez pode evitar bebês obesos

Mulheres que praticam regularmente exercícios físicos durante a gravidez dão à luz bebês mais magros e saudáveis, apontou um estudo neozeolandês publicado no Journal of Clinical Endocrinology. Segundo a pesquisa, andar de bicicleta cinco vezes por semana pode diminuir o peso do bebê em até 150 gramas.

Apesar de parecer pouco, essa quantidade é suficiente para reduzir os riscos de obesidade e outros problemas de saúde, afirmam os cientistas. "Nosso estudo mostra que a prática regular de exercícios aeróbicos altera o ambiente materno de alguma forma que impacta no estímulo nutricional do feto, resultando na redução do peso do bebê", afirmou Paul Hoffman, da Universidade de Auckland e coordenador do estudo.

Para o estudo, os cientistas dividiram 84 grávidas em dois grupos. O primeiro deles praticou sessões de 40 minutos em bicicleta ergométrica até a 36ª semana de gestação. Já o outro grupo não praticou nenhum exercício físico. O que se concluiu foi que as grávidas do primeiro grupo deram à luz bebês menores e mais magros. "Dado que o peso e o tamanho do recém-nascido estão associados ao risco de obesidade, uma modesta redução nessas medidas pode trazer benefícios a longo prazo", acrescentou Hoffman.

Estudos anteriores já mostraram que grávidas obesas estão mais propensas a complicações durante a gravidez e na hora do parto. Os pesquisadores alertam, no entanto, que mulheres grávidas devem evitar exercícios físicos muito pesados. Segundo eles, elas devem optar por atividades de baixo impacto como caminhadas, yôga e natação.

Fonte: Veja.com, 05/04/2010

Pacientes de Parkinson andam de bicicleta

Um artigo publicado na última semana pelo jornal The New York Times aponta que andar de bicicleta pode ser possível para aqueles que sofrem com Parkinson. A atividade, proporcionaria, ainda, um aumento na qualidade de vida.

De acordo com o texto, o cientista médico Bastiaan R. Bloem da Radboud University Nijmegen Medical Center, na Holanda, conheceu um homem de 58 anos, com histórico de 10 anos com Parkinson, que andava de bicicleta.

A grande surpresa ocorreu porque o paciente ficava praticamente paralizado após dar alguns passos caminhando.

O Parkinson é uma doença neurológica, na qual algumas células que controlam os movimentos morrem, fazendo com que o paciente torne-se incapaz de andar.

Mas, apesar de poder dar apenas alguns passos antes de cair, o homem era um praticante regular de exercícios, um ciclista. Então, o Bloem acreditou que seria algo possível para outros pacientes no mesmo estágio da doença.

O cientista observou que ao andar de bicicleta, o paciente ‘perdia’ os sintomas da doença, mas assim que descia do veículo, eles retornavam.

Após esta experiência, Bloem pediu que outros 20 pacientes que sofriam severamente com Parlkinson andassem de bicicleta e todos conseguiram, apesar de não saber ao certo o porque.

Já havia relatos de pacientes que podiam dançar, caminhar ou subir degraus, mas apenas por alguns minutos. Mas nenhuma notícia de doentes que podiam andar de bicicleta por um longo período.

É claro que o medico não está sugerindo que pacientes de Parkinson peguem suas bicicletas e andem em meio a carros em avenidas movimentadas, afinal, eles precisam de ajuda para subir e descer do veículo. Mas podem praticar em áreas seguras.

De acordo com Bloem, uma explicação para a habilidade é que andar de bicicleta requer uma parte do cérebro diferente da usada para andar. Por isso, pode não ser tão afetada pelo Parkinson. Outra idéia diz que a pressão rítmica dos pedais nos pés dos pacientes ativa o sistema nervoso, permitindo o movimento necessário para pedalar.

Fonte: Corpo Saun, 05/04/2010

Os efeitos da obesidade x prática esportiva na adolescência e na vida adulta

Vivemos uma vida regrada e cheia de compromissos em determinados momentos, portanto acabamos tendo uma tendência a querer "extravasar" e aproveitamos os finais de semana e feriados para nos permitir alguns "pecados", que até certo ponto, podem ser saudáveis, mas em termos gerais, a longo prazo, podem fazer mal à saúde.

Estamos falando da alimentação. A qualidade dos alimentos que ingerimos, sua procedência, forma de preparo e propriedades nutricionais são fatores fundamentais quando pensamos em saúde. Quem deseja ter um corpo saudável, deve associar uma rotina que inclua a prática de esportes e uma boa alimentação e o descanso apropriado.

Uma boa dieta inclui uma alimentação farta e variada. Em termos gerais, pode-se dizer que uma boa alimentação é aquela que contempla um amplo cardápio, incluindo verduras, legumes, fibras, sempre tendo cuidado com a ingestão de açúcar e gordura e dosando a quantidade de proteínas e carboidratos.

Levadas pela praticidade e facilidade de acesso a alimentos industrializados e do tipo "fast food", em contrapartida com uma rotina de vida stressante e sedentária, muitas pessoas, desde muito jovens acabam desenvolvendo hábitos alimentares pouco saudáveis, que acabam levando a problemas de saúde, muito comuns na nossa sociedade nos últimos anos e que de forma geral, podem ser resumidos a um único termo: a obesidade.

Estudos demonstram que a obesidade tem sido decorrente, basicamente, do estilo de vida levado pelas pessoas e de uma forma geral, tem se tornado uma coisa comum desde a adolescência. Esta é uma fase em que acontecem muitas mudanças físicas e psicológicas, altamente influenciadas por fatores genéticos e comportamentais, inerentes ao ambiente e círculo social em que o jovem está inserido. A obesidade na adolescência pode levar a vários problemas, tanto físicos como emocionais e pode estar associada depressão e outros problemas ligados à condição física. Jovens com excesso de peso também acabam por ter menos amigos e um convívio social mais restrito.

A obesidade entre os adolescentes alcançou proporções de epidemia em muitos dos países, estimando-se que, nos Estados Unidos, por exemplo, cerca de 15% dos adolescentes sejam considerados obesos. Isso se origina, no organismo de qualquer pessoa, a partir do momento que as calorias consumidas por meio dos alimentos são queimadas (utilizadas) e ficam armazenadas em células do corpo, no tecido adiposo, nome que damos à gordura, que na obesidade, atinge níveis excessivamente elevados.

As causas podem variar de pessoa para pessoa, podendo originar-se desde fatores genéticos ou ambientais e também psicológicos, entre outros. Sensações como tristeza e mesmo ansiedade podem levar uma pessoa a comer mais do que deveria, o que causa obesidade. A genética do indivíduo também pode auxiliar a explicar a obesidade, pois nela estão as informações sobre a quantidade de energia que uma pessoa irá precisar nos momentos de carência alimentar ou na falta completa desta. Desta forma, algumas pessoas podem consumir melhor tais reservas, mantendo-se em seu peso ideal, ou podem não consumir de forma adequada, o que pode levar à obesidade, que também pode ser herança genética, embora seja difícil separar os fatores genéticos daqueles que são decorrentes de hábitos de vida.

Devemos considerar também estilo de vida que a pessoa possui e a cultura da sociedade onde vive e poderemos enquadrar também os pratos típicos da culinária da região, além da cultura em que se está inserido. Em países como os Estados Unidos, a cultura consumista leva os jovens a considerarem os fast-foods como algo natural e cotidiano. Com isso, adolescentes obesos começam a desenvolver diversos sintomas ou consequências que os especialistas geralmente dividem em dois grupos, aspectos e aspectos clínicos:

Aspectos psicossociais (alteração da imagem corporal, depressão, que tanto pode ser causa como consequência da obesidade, dificuldade de relacionamento com amigos, problemas escolares, dificuldades de inserir-se no mercado de trabalho, dificuldades quanto à pratica de esportes) e aspectos clínicos (alterações musculo-esqueléticas, diminuição da função respiratória, diabetes tipo II, hipertensão arterial, aumento de triglicerídeos e ácido úrico, diminuição de HDL -colesterol).

O adolescente em questão, devido ao excesso de peso e sintomas desenvolvidos, apresentará maior risco de desenvolver as seguintes condições:
Hipertensão arterial;
Diabetes tipo II;
Infarto agudo do miocário;
Acidente vascular encefálico;
Nefropatias;
Alterações ortopédicas;
Neoplasias (crescimento exagerado de células, anormais ou não, que pode levar à formação de câncer);
Colecistopatias (afecção da vesícula biliar);
Alterações endócrinas;
Diminuição da função respiratória.

Para isso, alguns cuidados podem ser tomados. Recomenda-se que se aprenda a escolher refeições mais nutritivas com menos gordura, bem como reconhecer e controlar as características do ambiente que o fazem comer mesmo quando não está com fome, além de praticar mais atividades físicas.

Em muitos casos, tanto o tratamento como a prevenção da obesidade passam por um controle do que é ingerido, não apenas em termos de calorias, mas também em termos de qualidade. recomenda-se fazer um número maior de refeições por dia e reduzir a quantidade de alimentos em cada uma, fazendo refeições mais equilibradas e com um intervalo menor. Isso acelera o metabolismo, faz com que se queime calorias de maneira mais fácil e evita a sensação de fome, que faz com que acabemos ficando muito tempo sem comer e venhamos a comer mais do que deveríamos. Em casos mais avançados, a obesidade deve ser acompanhada e tratada com o auxílio de um profissional da saúde.

A obesidade é atualmente é um problema de saúde pública e envolve fatores comportamentais, culturais, genéticos, fisiológicos e psicológicos O excesso de peso associado a um estilo de vida inativo representa uma das maiores ameaças à saúde dos indivíduos no mundo atual, sendo um dos grandes motivos a falta de atividade física desde a infância ou adolescência.

A prática regular de atividade física durante a adolescência está associada com diversos benefícios físicos, biológicos e sociais, incluindo melhora no sistema musculoesquelético, controle do peso, melhora na qualidade de vida, diminuição de ansiedade e depressão, redução da gordura corporal, manutenção da massa magra, melhora no perfil lipídico e diminuição de risco de doenças associadas à obesidade. Estes fatores sustentam a importância da inclusão da atividade física como estratégia fundamental da prevenção e tratamento do excesso de peso e obesidade em qualquer etapa da vida.

Benefícios da prática de atividade física e riscos do sedentarismo associados à saúde e ao bem-estar são amplamente documentados na literatura. No entanto, maior número de estudos procura envolver sujeitos adultos. Só mais recentemente, se deu um enfoque maior aos jovens e adolescentes. Inclusive, existem fortes evidências de que em 80 a 86% dos adultos obesos sua origem vem da infância e da adolescência.

O exercício físico moderado pode estimular o crescimento, muito provavelmente por induzir aumentos significativos no hormônio do crescimento na circulação, tanto de crianças, como de adolescentes e adultos O exercício físico é um fator que contribui para a redução da gordura, aumento da massa muscular e da densidade óssea. Além disso, ele é capaz de promover diversas adaptações no organismo do adolescente. Estudos revelam que adolescentes fisicamente ativos e em boa forma física possuem benefícios quanto à eficiência e quanto à qualidade do sono, enquanto adolescentes inativos queixam-se de sono ruim, de baixa eficiência e consequentemente sentem-se mais estressados. O exercício físico provoca o aquecimento corporal e facilita o início do sono. Em indivíduos sedentários a prática de exercícios físicos no início da noite pode acarretar insônia.

O exercício aumenta a auto-estima, ajuda no autoconhecimento corporal e no cuidado com a aparência física, melhora a capacidade funcional, reduz a obesidade e melhora a qualidade de vida dos adolescentes. Os exercícios predominantemente aeróbios como corridas, caminhadas, natação, ciclismo, entre outros, são os mais indicados para a promoção e manutenção da saúde. Os exercícios aeróbios, acima citados, caracterizam-se pela utilização de lipídios como fonte de produção de energia durante o exercício, mas também utilizam os carboidratos.

Entretanto, a quase toda totalidade desses efeitos positivos se revertem caso a pessoa suspenda a prática de atividade física. Mediante o exercício de atividades aeróbias, o sistema nervoso central também é estimulado, liberando maiores quantidades de endorfina que quando mergulhadas na corrente sangüínea agem na musculatura provocando a sensação de relaxamento e bem-estar. A importância dada predominantemente às atividades aeróbias está fundamentada nos seguintes benefícios: aumento da eficiência dos pulmões e coração; aumento das cavidades do coração, aumento do volume total de sangue e volume máximo de oxigênio promovendo um aumento da absorção, captação e transporte de oxigênio; aumento do número e tamanho dos vasos sangüíneos; melhora da tonicidade muscular e dos vasos sangüíneos além de promover um aumento da capacidade oxidativa dos carboidratos e ácidos graxos livres.

Concluindo, independente da idade, a prática esportiva associada a hábitos alimentares saudáveis só traz benefícios à saúde, tanto física como mental, além de fazer bem para a auto-estima e contribuir para uma melhor integração do indivíduo na sociedade, além de estimular a manutenção de um estilo de vida saudável, que se reverte em qualidade de vida, saúde e longevidade. E mesmo quem pratica um esporte de forma eventual ou em caráter amador, estará de qualquer forma, fazendo um bem a sua saúde.

Fonte: Rodociclo, 21/10/2009

Estudo revela que mais de ¼ das crianças norte-americanas sofrem de problemas como obesidade e asma

Estudo revela que mais de ¼ das crianças norte-americanas sofrem de problemas como obesidade e asma

Uma pesquisa recente publicada no jornal da Associação Médica Americana (AMA) revela um dos principais males que atingem as crianças nos últimos anos: as doenças crônicas. Entre asma, obesidade, Distúrbio de Déficit de Atenção e Hiperatividade, problemas crônicos de saúde estão presentes em mais de ¼ da população infantil norte-americana.

Há algumas décadas, os problemas que mais chamavam a atenção dos pais em relação à saúde dos filhos eram defeitos congênitos, doenças infecciosas ou possíveis acidentes. No entanto, ao analisar as condições de saúde de cinco mil crianças entre dois e oito anos no período de 1988 a 2006, o estudo revelou que mudanças no estilo de vida das crianças influenciaram no desenvolvimento de muitas doenças.

Ao final da pesquisa, o número de crianças com doenças crônicas já alcançava 26,6% da população do país, comparado a 12,8% em 1994. Segundo o diretor do Centro para Crianças, Famílias e Comunidades mais Saudáveis da Universidade da Califórnia, Neal Halfon, esta descoberta revela novas condições de saúde que anteriormente não recebiam muita atenção.

“Há um aumento nos casos ligados a condições comportamentais e psicológicas, como a obesidade e o Distúrbio de Déficit de Atenção, por exemplo. Estas condições estão relacionadas ao tipo de ambiente em que a criança está crescendo”, afirmou o especialista ao jornal norte-americano Los Angeles Times.

O problema no Brasil

De acordo com Carlos Alberto Landi, pediatra do Hospital Samaritano, em São Paulo, as doenças crônicas também estão crescendo entre as crianças no Brasil. “Há alguns anos, por conta das baixas condições nutricionais e de saneamento básico, entre outros problemas, as condições crônicas não eram a maior preocupação. Tínhamos óbitos por conta de sarampo e poliomielite, por exemplo. Enquanto os quadros primários foram melhorando, os crônicos começaram a demandar maior atenção”, explica o especialista.

Para o pediatra brasileiro, mudanças ambientais como a poluição nas cidades metropolitanas e mudanças no estilo de vida contribuíram para o crescimento das doenças crônicas infantis. “A poluição, a criação do fast food e dietas inadequadas colaboraram para o desenvolvimento da asma, da rinite, da obesidade e da diabetes, por exemplo, que não eram tão frequentes há alguns anos”, diz.

Lucília Santana Faria, pediatra do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, aponta que, embora a criança esteja muito menos suscetível a uma doença crônica do que o adulto e o idoso, há taxas cada vez maior deste tipo de problema. E os pais devem prestar atenção: “A criança que não faz atividade física, por exemplo, fica muito tempo dentro de casa e não tem uma alimentação saudável terá uma predisposição à obesidade”, dia a especialista.

No entanto, segundo William Gardner, investigador do Instituto de Pesquisa do Hospital Infantil Nacional de Columbus, em Ohio, nem todas as crianças que possuem problemas crônicos de saúde permanecem com eles por toda a vida. As condições crônicas das crianças costumam ser mais inconstantes, com a possibilidade até de deixarem de existir após um período: “Apenas 7,4% das crianças que participaram do estudo permaneceram com uma condição crônica de saúde após o período de observação”.

Mas Lucília ainda cita outras alterações que também merecem cuidados. “Há alguns anos, não se falava em depressão. Hoje em dia, já se faz diagnóstico do problema em crianças, assim como de bulimia em adolescentes, doenças como anorexia nervosa, entre outras ”, explica.

Fonte: Gazeta de Alagoas, 24/02/2010, 00:30