Sedentarismo: jovens não se exercitam nem na hora de ir para a escola

Jovens que caminham ou vão de bicicleta para a escola são cada vez menos comuns. A atividade física no deslocamento para o colégio tem sido amplamente substituída pelo uso de ônibus, carros ou motos. É o que comprova um estudo realizado com mais de quatro mil adolescentes, com idades entre 14 e 19 anos, matriculados na rede pública estadual de Ensino Médio de Pernambuco.

A pesquisa, que envolveu 76 escolas de 44 municípios, revelou que 43% dos jovens são fisicamente inativos nos deslocamentos para o colégio – percentual elevado em comparação ao obtido em estudos desenvolvidos em outros estados, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraíba.

Publicado na revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, o trabalho é assinado por pesquisadores da Universidade de Pernambuco e da Universidade Federal da Paraíba.

Os autores classificaram como fisicamente inativos os adolescentes que não caminhavam nem pedalavam, assim como aqueles que, embora se exercitassem no trajeto para a escola, gastavam menos de 20 minutos no itinerário de ida e volta. A partir das respostas dos jovens a questionários, os pesquisadores também identificaram que a inatividade física nos deslocamentos está associada a fatores demográficos e socioeconômicos.

Em relação ao sexo, os rapazes se mostraram mais inativos do que as moças. Jovens de pele branca, alunos de escolas de pequeno porte e cujas mães têm maior escolaridade também apresentaram maior inatividade, assim como os moradores da zona rural.

— A elevada proporção de estudantes fisicamente inativos na área rural pode ser explicada pelo fato de que o acesso à escola, em muitos municípios do interior do estado, é mais limitado, em virtude da distância da residência até a escola. Além disso, essa área tem poucas escolas, tendo os alunos que se deslocarem com transportes motorizados para área urbana — , destacam os autores no artigo.

— A distância para escola tem sido identificada como uma barreira para o deslocamento ativo e é um forte preditor do modo de transporte para escola, com longas distâncias associadas à baixa prevalência de deslocamento ativo —, acrescentam.

A inatividade física no deslocamento para a escola soma-se ao crescente sedentarismo que acomete os adolescentes em todas as esferas do cotidiano. Nesse sentido, os pesquisadores apontam que o incentivo à caminhada ou ao uso da bicicleta no trajeto para o colégio pode ajudar a reverter a situação e aumentar os níveis de atividade física na população jovem.

Ainda de acordo com os autores, essa mudança de hábito, com a adoção de um deslocamento fisicamente ativo para a escola, poderia trazer importantes benefícios para a saúde dos alunos, inclusive o aumento da aptidão cardiorrespiratória, a prevenção do sobrepeso e da obesidade, e a redução do risco de problemas cardiovasculares, como o derrame.

Fonte: Agencia Fiocruz de Notícias, 24/08/2010

As vantagens de andar de bicicleta

Pedalar é um dos esportes mais comuns, tanto entre adultos como entre as crianças. E são muitos os benefícios que essa atividade traz à saúde, entre elas redução dos riscos de doenças cardiovasculares. Porém, no Brasil a atividade não é levada a sério como meio de transporte principalmente pela falta de estrutura externa.

Preocupada com os riscos que as pessoas correm trocando o carro pela bicicleta, a Utrecht University, na Holanda, pesquisou e chegou à conclusão que os benefícios que a atividade traz para a saúde ainda superam a exposição aos acidentes e à poluição do ar quando se anda de bicicleta.

Porém a pesquisa levou em consideração a região dos Países Baixos, onde o uso da bicicleta é amplamente incentivado e há estrutura para esse transporte ecológico. A conclusão dos pesquisadores foi de que os indivíduos que optam pelo transporte, ganham benefícios que representam de 3 a 14 meses a mais de vida. Em contrapartida, a inalação de gases poluentes e o risco de acidentes de trânsito representam de 5 a 40 dias perdidos, de acordo com cálculos sobre uma tabela de vida.

Cuidados ao pedalar na rua

A realidade brasileira para quem gosta de praticar o esporte nas ruas é bem diferente. O professor da Faculdade de Educação Física da Pucrs, Rafael Baptista, não recomenda a prática do esporte em lugares onde é necessário dividir espaço com os carros.

— Aqui nós não temos a cultura de usar a bicicleta como meio de transporte, os motoristas geralmente não respeitam os ciclistas. O ideal é praticar em parques ou em locais como o calçadão da Avenida Beira Rio, onde é mais seguro.

O uso das bicicletas estacionárias, nas academias, é uma opção principalmente para idosos ou para quem sofre de algum tipo de limitação, pois possuem apoio para as costas e bancos geralmente mais confortáveis do que os das bicicletas de passeio.

Saúde no pedal

Além de ajudar a evitar problemas cardiovasculares, o professor explica que pedalar também ajuda a controlar do peso corporal e a desenvolver a aptidão cardiorrespiratória. A musculatura das pernas, que é bastante exigida, também é melhorada com a prática.

A bicicleta é bastante indicada para a maioria das pessoas. Nas academias é muito comum que as pessoas que não se adaptam ou tenham contra-indicação para fazer esteira sejam orientadas a pedalar.

O professor alerta que pessoas que estejam buscando um esporte para começar agora, procure antes um médico para fazer uma avaliação. Depois disso, é importante a oriental um profissional de educação física para orientar os exercícios.

- O tempo e a frequencia semanal de prática de qualquer exercício físico depende de uma série de variáveis e só podem ser adequadamente identificados por um professor de educação física, pois dependem de indivíduo para indivíduo. Qualquer generalização neste campo será um mero "chute".

Também recomenda-se o uso de roupas adequadas para a prática esportiva, cuidados com a hidratação e não se exercitar em jejum. O uso do capacete e protetor solar no caso de exercitar-se durante o dia em lugares externos é essencial.

Fonte: Portal Ethika Saúde, 04/08/2010

Mais de 70 milhões de adultos nos EUA são obesos

Mais de 72 milhões de adultos nos Estados Unidos, ou 26,7 por cento do total, são obesos, o que representa um aumento de 1 ponto porcentual em dois anos, informou o governo norte-americano nesta terça-feira.

A obesidade se tornou uma "grande ameaça à saúde pública" e está piorando de modo constante, informou o Centro dos Estados Unidos para Prevenção e Controle das Doenças (CDC, na sigla em inglês).

"Precisamos de esforços intensivos e permanentes para combater a obesidade", disse o diretor do CDC, dr. Thomas Frieden, em um comunicado.

"Se não fizermos isso, mais pessoas ficarão doentes e morrerão de doenças relacionadas à obesidade, como ataque cardíaco, derrame, diabetes do tipo 2 e certos tipos de câncer, que são algumas das principais causas de morte.

O CDC examinou dados do sistema de investigação de fatores de risco comportamentais, que analisa 400 mil pessoas e pesquisa altura e peso, entre outros itens.

Numa análise da situação nos Estados norte-americanos, o CDC descobriu que 30 por cento dos adultos em nove Estados estão agora obesos. "Em 2000, nenhum Estado tinha prevalência de obesidade em 30 por cento ou mais dos adultos", disse Frieden a repórteres, em um contato telefônico.

Altura e peso são agora usados para calcular o índice de massa corporal, o meio aceito pela medicina para medir a obesidade.

Um índice de 25 ou mais significa que a pessoa está acima do peso. A obesidade começa com 30. Por exemplo, uma pessoa de 1m80 de altura que pese 95 quilos.

O estudo constatou que em 2009 havia 2,4 milhões de pessoas obesas a mais do que em 2007, uma aumento de 1,1 ponto porcentual. E o CDC afirmou que esse número quase certamente está subestimado, já que as pessoas costumam dizer que são mais altas e têm peso menor do que o verdadeiro.

"Estimativas recentes indicam que a obesidade custa ao país anualmente cerca de 147 bilhões de dólares. Em média, pessoas obesas têm custos médicos 1.429 dólares mais elevados do que as de peso normal", diz o relatório.

NEGROS SÃO MAIS AFETADOS

A probabilidade de se tornar obeso é maior entre os negros: 36,8 por cento dos adultos negros dos EUA têm um índice de 30 ou mais. Entre as mulheres negras, o índice é de mais de 41 por cento.

Mais de 30 por cento dos adultos hispânicos estão obesos.

Como em pesquisas anteriores, o Estado do Mississippi tem a população mais obesa e o Colorado, o menor número.

"Se você vai para Denver e arredores de Denver, há pistas para bicicletas, pistas de caminhada, e elas são usadas intensamente, o que indica que o Colorado tem uma cultura que inclui mais atividade física do que outros Estados", disse o dr. William Dietz.

O governo federal e os de alguns Estados estão estudando adotar leis que ajudem as pessoas a se exercitarem e comerem alimentos saudáveis.

Nova York e Califórnia estão avaliando taxar refrigerantes para compensar o custo de tratar doenças relacionadas à obesidade. O presidente Barack Obama fez da redução da obesidade uma prioridade de seu governo, indicando sua mulher, Michelle, e secretários do gabinete para ações, em especial contra a obesidade infantil.

Fonte: O Globo, 03/08/2010